Alguns pesquisadores argumentam
que o vírus desceu do Norte para o Sudeste do país porque um ser humano
infectado na Amazônia foi para a Mata Atlântica e acabou sendo picado por
outros mosquitos silvestres que espalharam a doença.
Já o professor da Universidade
de São Paulo (USP) Eduardo Massad, que também leciona na London School of
Hygiene and Tropical Medicine, no Reino Unido, acredita que o rompimento da
barragem da Samarco, em Mariana (MG), em 2015, teve papel relevante na
disseminação acelerada da doença no Sudeste do país.
Outros ainda argumentam que os
mosquitos silvestres que transmitem a febre amarela se deslocaram do Norte do
país para o Sudeste aos poucos, voando ao longo de rios e corredores de mata.
"É possível que (a migração
do vírus) tenha sido causada por mosquitos que voaram entre manchas de mata. Os
mosquitos se dispersam por dois motivos: para achar lugar para colocar ovo e
para achar fonte de alimentação sanguínea", explica o pesquisador Ricardo
Lourenço, do Instituto Oswaldo Cruz.
O pesquisador destaca que, uma
vez na Mata Atlântica, o vírus se espalhou rapidamente, já que lá havia uma
grande quantidade de alimentos para os mosquitos - sangue de macacos. E os
primatas dessa floresta estavam vulneráveis - não tinham desenvolvido
anticorpos, uma vez que o vírus havia desaparecido da região na década de 1940.
A
febre amarela é uma doença infecciosa aguda, sua duração em geral é inferior a
10 dia, e sua gravidade varia, o causador é o Flavivirus (vírus da febre
amarela), que ocorre na Américas (Central e do Sul) e na África.
Pode
ser dividida em dois tipo, febre amarela Silvestre e febre amarela Urbana. A
febre amarela urbana foi extinta no Brasil desde que a vacina ficou disponível
e a técnica de contenção implementada.
Se
apresentar sintomas como febre alta, de início súbito, mal estar, dor de
cabeça, dor muscular e calafrios e tiver viajado para áreas de risco para
aquisição da febre amarela, deve-se é importante procurar atendimento médico.
Podem surgir também náuseas, vômitos, diarréia e icterícia. Para um
diagnóstico laboratorial é efetuado uma coleta de sangue para sorologia na qual
está é colhida a partir do 5º dia do início dos sintomas.
Em
áreas silvestres, sua transmissão ocorre em macacos, seus principais
transmissores são os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, que são
mosquitos que vivem no topo de árvores de florestas e transmite a doença
principalmente a macacos e raramente a habitantes de áreas rurais, esses picam preferencialmente
esses animais, estes por sua vez também vivem nas vegetações à beira dos rios e
picam o homem que entra na mata.
Nesta
patologia não há transmissão direta de pessoa a pessoa. Isso só pode ocorrer se
uma pessoa infectada for picada por um mosquito e esse picar alguém não
infectado previamente e ainda não vacinado. Se esse indivíduo contaminado em
área silvestre retornar à área urbana este, pode servir como fonte de infecção
para o Aedes aeqypti (mosquito que também transmite a dengue), iniciando assim
a transmissão da febre amarela urbana. Porém, no Brasil não há casos relatados
da febre amarela urbana desde 1942.
O
Aedes aeqypti é um mosquito de hábito diurno e prolifera-se na cidade, em
ambientes que acumulam água limpa (vasos de plantas, garrafas, pneus etc.).
Atualmente está presente em aproximadamente 4 mil municípios brasileiros.
O
período de maior incidência da doença acontece entre os meses de janeiro e
abril, período das chuvas. Nessa época, há um aumento da quantidade do mosquito
transmissor. Sendo período de férias - de final de ano e escolares - e de
maior atividade agrícola pode haver a elevação do número de pessoas infectadas.
Quanto
aos sintomas muitas pessoas com o vírus da febre amarela não apresentam
manifestações da doença ou, se apresentam, são muito discretas.
Os
sintomas, em geral, surgem até 6 dias após a picada pelo mosquito infectado. A
pessoa pode apresentar febre alta (maior que 37,8ºC) e de início súbito, mal
estar, dor de cabeça, dor muscular e calafrios. Podem surgir também náuseas,
vômitos e diarréia.
Na
forma grave da febre amarela reaparecem a febre, a dor abdominal, o vômito e a
diarreia. Ocorrem sangramentos nas gengivas e pelo nariz e as fezes e o vômito
podem ser escuros como borra de café. Pode haver comprometimento do fígado e o
volume de urina diminui até a ausência total, por mau funcionamento dos
rins.
Esta
surge um ou dois dias depois de um período de aparente melhora. Por ser resultado
da relação entre estado do sistema imunológico do cliente e ação do vírus, alguns
pacientes evoluem para melhora e auto-imunização enquanto outros desenvolvem a
forma grave. Nela, entre 20% e 50% dos pacientes podem evoluir para o óbito.
Seu
diagnóstico se dá pela PCR (reação da polimerase) para febre amarela. A cultura
do vírus é feita cada vez menos por conta da dificuldade e até mesmo pelos
riscos envolvidos. Esta é uma doença de notificação obrigatória, mesmo na
suspeita.
Não
se tem um tratamento especifico no combate da febre amarela, tanto que é apenas
sintomático e o cliente necessita de bastante repouso para que haja uma melhor
hidratação e um controle da febre. Em alguns casos acontece uma melhora
significativa no quadro do paciente mesmo sem a hospitalização. Geralmente uma
internação só é indicada caso surjam sangramentos e/ou não aconteça uma melhora
dos sintomas.
Por
aumentarem o risco de sangramentos não é indicado o uso de medicamentos com
ácido acetilsalicílico (AAS®, Aspirina® etc.). Quando há risco para a vida o
cliente deve ser atendido em uma unidade de terapia intensiva.
A
vacina é a única forma de prevenir a febre amarela, esta é segura e sua duração
é de 10 anos. Ela integra o calendário de vacinação brasileiro e está
disponível nos postos de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).
REFERENCIAS:
BBC; Ministério da Saúde. _As 3 teses que tentam explicar
como a febre amarela rompeu fronteiras da Amazônia e atingiu o Sudeste_. G1, 2018.
Disponível em: <https://g1.globo.com/bemestar/febre-amarela/noticia/as-3-teses-que-tentam-explicar-como-a-febre-amarela-rompeu-fronteiras-da-amazonia-e-atingiu-o-sudeste.ghtml>.
Acesso em: 01 abr. 2018.
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